João Campos pode ser o candidato a presidente pela esquerda em 2026? Entenda

O PT não costuma ceder a cabeça de chapa para disputas majoritárias, notadamente para presidente. Porém, há o precedente da disputa para prefeito de São Paulo, em 2024, quando o presidente Lula da Silva rifou todos os nomes do PT para apoiar o deputado federal Guilherme Boulos, do Psol.

Para presidente da República, Lula da Silva pode abrir mão da reeleição e apoiar um candidato de outro partido? Muito difícil, o que não quer dizer impossível.

Porém, se Lula da Silva estiver muito mal, até maio ou junho de 2026, não haverá salvação. Então, surge a possibilidade de uma mudança.

Mas quem pode ser o candidato da esquerda que pode substituir Lula da Silva?

Ciro Gomes, ex-PSD que se filiou ao PDT, não é alternativa. Até porque não perde uma oportunidade para atacar Lula da Silva, o PT e o governo federal. O PDT integra o governo do petista-chefe, aos trancos e barrancos, mas o político do Ceará hoje está mais próximo do bolsonarismo do que dos reds.

Simone Tebet (MDB)é um grande nome? É, sem dúvida. Mas não para uma disputa presidencial. É articulada, competente e posicionada. Mas não é popular.

Então, resta o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do PT? Não dá pé. Seria visto como preposto de Lula da Silva. Sua gestão na economia está desgastando-o dia pós dia. Mas pode ser um vice adequado, pois tem o perfil de Marco Maciel e, dadas a moderação e a hesitação, até de tucano.

Se não há uma alternativa consistente, em termos eleitorais, a saída é ir com Lula da Silva de qualquer maneira. A rigor, é o que o presidente e o PT querem. Porque não há um nome tão forte quanto o do petista-chefe.

Entretanto, aos 81 anos, em 2026, Lula da Silva estará mesmo no páreo para presidente? “Se estiver andando, se estiver numa cadeira de rodas mas falando, Lula será candidato”, afirma um deputado petista.

Fernando Haddad, Lula da Silva e Simone Tebet: nomes para a Presidência | Foto: Reprodução

João Campos: aposta para o governo de Pernambuco

Mas há, sim, uma “alternativa”. Trata-se do prefeito de Recife, João Campos, do PSB.

Comenta-se que, popularíssimo, João Campos planeja disputar o governo de Pernambuco em 2026 — seguindo a tradição familiar (o bisavô, Miguel Arraes, e seu pai, Eduardo Campos, foram governadores).

Se for candidato, João Campos, com aquele sorrisão simpático de adolescente, será um páreo duro para a governador Raquel Lyra, do PSD.

João Campos tem dito, com frequência, que apoia a reeleição de Lula da Silva. Mas há a possibilidade de o próprio Lula da Silva buscá-lo, na terra do bardo João Cabral de Mello Neto e  o cantor Alceu Valença, para surpreender o bolsonarismo?

Se candidato a presidente, João Campos seria um fato novo, sem desgaste, o que poderia mexer, de maneira ampla, no quadro político.

O vice de Lula da Silva é o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin — conhecido como Picolé de Chuchu —, um político moderado, de centro-direita. Para 2026, poderia se inverter o quadro, com o vice de João Campos sendo Fernando Haddad — o Picolé de Chuchu do PT?

João Campos é jovem, bonito e tão carismático quanto Lula da Silva, e sem o desgaste do presidente.

Se é assim, João Campos pode ser candidato a presidente da República já em 2026? Agora é a hora da ducha fria.

João Campos não pode disputar a Presidência da República em 2026, quando terá, antes do pleito, apenas 32 anos. Para ser candidato a presidente, é preciso ter no mínimo 35 anos. Querem mudar a regra, mas ainda não mudaram. O pernambucano pode ser candidato a presidente em 2030, quando terá 37 anos.

Para governador, a idade mínima é 30 anos. Por isso, João Campos poderá duelar com Raquel Lyra, em 2026.

Se não tem outro nome, o que fará a esquerda? Irá com Lula da Silva, que, sabe-se, fica mais forte quando parece que está quase “morto” politicamente. (E.F.B.)

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