Homem Comum, de Philip Roth, trata de temas centrais da existência: velhice, morte, desejos

Posso estar enganado, mas todos os leitores, frente a um novo livro, procuram a última página para saber o tamanho do desafio. Pelo menos eu tenho este hábito. Livros com textos acima de trezentas páginas exigem uma boa motivação (interesse) para serem lidos. Já os pequemos tomos de menos de duzentas páginas são mais atraentes. Há os que acreditam que, se o autor não foi capaz de transmitir a sua mensagem sinteticamente, não o fará prolixamente. Uns, que gostam de textos prolixos, proustianos — diga-se de passagem, uma minoria —, deliciam-se com grandes textos. Outros adoram grandes tomos ricos em figuras de linguagem e enredo.

O escritor americano Philip Roth (1933-2018), no seu sintético romance “Homem Comum” (Companhia das Letras, tradução de Paulo Henriques Britto), nas suas 136 páginas, conta com competência a pequena história do seu personagem na luta pela “imortalidade”. É um livro para leitores de pouco fôlego ou que queiram preencher um pequeno espaço de tempo. O autor satisfaz estes desejos muito bem.

Reconhecido como grande escritor — chegou a ser cotado para ganhar o Prêmio Nobel de Literatura —, Philip Roth venceu o Prêmio Pulitzer pelo romance “Pastoral Americana”. Foi, inúmeras vezes, colocado entre os mais lidos autores nos Estados Unidos (dois de seus livros mais celebrados são “O Complexo de Portnoy” e “O Teatro de Sabbath”).

O romance — ou novela — de Philip Roth, de leitura leve, sem grandes elucubrações filosóficas, merece ser lido. Ainda que dedicado a entender a vida, que é complexa, pode ser visto de um só gole. Não há muito sobre o que pensar.

Philip Milton Roth foi um romancista norte-americano, considerado não apenas um dos mais importantes romancistas judeus de língua inglesa, mas também, segundo o crítico Harold Bloom, o maior contador de histórias americano depois de William Faulkner.

Em “Homem Comum”, o personagem principal, sem nome propositalmente, confrontava a sua fragilidade física com o saudável Howe, seu irmão. Profissionalmente bem-sucedido em uma agência de publicidade, ele não deixava de ter uma vida sexual paralela. Casou-se três vezes, além de outras aventuras extraconjugais, descritas com certa dose de moderado erotismo.

Philip Roth: uma das vozes mais poderosas da literatura americana | Foto: Eric Thayer

Este pequeno romance trata de temas centrais da existência humana tais como morte, velhice, desejos, arrependimentos e doenças. O autor conta a história do protagonista, através de suas doenças — da infância à sua velhice —, como um confronto permanente do homem com sua mortalidade só terminando com o triunfo da morte. A Velha Senhora “avassala tudo” por onde passa.

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