“Mobilidade vai além de aumentar a velocidade dos veículos”, afirma urbanista

O transporte público é um serviço essencial para a população, especialmente para o desenvolvimento da mobilidade urbana. Entretanto, na Região Metropolitana de Goiânia, o transporte público ainda enfrenta diversos desafios, como superlotação, longos tempos de espera, desconforto, frota envelhecida, sensação de insegurança, precariedade do Eixo Anhanguera e dos pontos de ônibus.

Ao Jornal Opção, a arquiteta e urbanista, Maria Ester de Souza, afirmou que melhorias precisam ser implementadas visando não apenas a circulação de veículos, mas também pensadas para quem usa outros meios para se locomover.

“Pensar em mobilidade tem que deixar de ser pensar em apenas aumentar a velocidade do deslocamento dos veículos. Soluções devem passar pela integração entre pastas das gestão como o planejamento, a educação e a pasta ambiental”, afirma a especialista. Ela reforça que são necessários muitos avanços.

“Considerando o tema da mobilidade urbana, a situação atual de Goiânia é a mesma de décadas sem investimento nos espaços públicos; com péssimas calçadas; sem segurança para quem quer que seja se deslocar; com prioridade para soluções para automóveis individuais; com execução de projetos desconectados com o restante da cidade e seus usos; enfim, as soluções precisam ser pensadas a partir dessas falhas”, aponta.

“A malha é parcialmente integrada considerando a estrutura física de que dispomos. Não temos, por exemplo integração entre modais diferentes como trens, ônibus, carros e bicicletas. O que temos é malha viária para carros e adaptada para a circulação dos ônibus. Falar de integração entre os municípios precisa considerar esse avanço em termos de variedade de modais”, reforça Maria Ester.

A urbanista acredita ainda que o BRT Norte-Sul vai ajudar, mas não vai resolver por completo o problema da mobilidade urbana. “O BRT colabora com o deslocamento por esse modal no eixo norte-sul na cidade. É diferente de dizer que resolve o problema de mobilidade, pois se um cadeirante ou um idoso não puder fazer qualquer trecho nesse percurso com autonomia e em segurança a pé, não temos mobilidade”, afirmou.

Investir no transporte público leva a promoção da igualdade, da justiça, da cidadania e da democracia para toda a sociedade. Ele também contribui para o desenvolvimento social e econômico da região, que depende da mobilidade, da produtividade, da geração de renda, da sustentabilidade e da qualidade de vida das pessoas.

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