Ciganos de Goiás: marco histórico na política e luta por inclusão e direitos

A participação da comunidade cigana nas eleições em Catalão, Goiás, representa um passo importante na inclusão e no reconhecimento dos direitos dessa etnia no cenário político, afirma, em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, Ismael Calom, presidente da Associação Estadual da Etnia Cigana de Goiás (AEEC – GO). É realmente um marco significativo para o povo cigano em Goiás”, frisa.

Ismael esclarece que, através da associação, a mobilização para apoiar o prefeito eleito Velomar Rios (MDB) demonstra um fortalecimento da voz e da presença da comunidade cigana na política local. Esse envolvimento é crucial não apenas para assegurar que suas demandas e necessidades sejam ouvidas, mas também para promover a visibilidade e a valorização da cultura cigana.

“A participação ativa em processos democráticos pode ser um catalisador para mudanças sociais e políticas, ajudando a combater preconceitos e promovendo a igualdade de direitos”, pontua Ismael Calom.

Além disso, ele enfatiza que essa ação pode inspirar outras comunidades a se engajar politicamente e lutar por seus direitos. “É um momento de celebração e esperança para a etnia cigana em Goiás, marcando o início de uma nova era de representação e reivindicações”, destaca.

Atualmente, cerca de 5 mil famílias ciganas estão cadastradas para receber benefícios do governo federal. “Eu acredito que a população cigana em Goiás seja composta por algo entre 15 e 20 mil pessoas, distribuídas em 117 municípios”, estima Ismael.

 “Com certeza, somente unidos e organizados poderemos entrar no sistema democrático político do país. Assim, teremos mais força para reivindicar nossos direitos, lutar por igualdade social e por uma justa distribuição de renda”, conclui.

Ismael Calom lembra que, para os políticos, os ciganos ainda são um povo invisível, pois muitos não votam. “Por essa razão, vivemos esquecidos e somos desprezados pela sociedade. Entretanto, com o título na mão, essa comunidade deixará de ser invisível e passará a ser vista pela classe política”, afirma.

Segundo ele, dos cerca de 20 mil ciganos das três etnias – Calon, Sinti e Rom – existentes em Goiás, apenas aproximadamente dois mil possuem título de eleitor. “A partir de fevereiro de 2025, já estaremos percorrendo todo o estado em caravana para orientar, auxiliar e concretizar a importância de todos possuírem o título e votarem”, explica.

No Brasil, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, havia cerca de 500 mil ciganos no território nacional. Em Goiás, os dados apontavam para aproximadamente 20 mil pessoas, consolidando o estado como o segundo com maior população cigana no país.

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